quarta-feira, 22 de maio de 2019

                                                         
                                                           
                                                         
Não sei quantas almas tenho. 

Cada momento mudei. 

Continuamente me estranho. 

Nunca me vi nem achei. 

De tanto ser, só tenho alma. 

Quem tem alma não tem calma. 

Quem vê é só o que vê, 

Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo, 

Torno-me eles e não eu. 

Cada meu sonho ou desejo 

É do que nasce e não meu. 

Sou minha própria paisagem; 

Assisto à minha passagem, 

Diverso, móbil e só, 

Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo 

Como páginas, meu ser. 

O que segue não prevendo, 

O que passou a esquecer. 

Noto à margem do que li 

O que julguei que senti.
Releio e digo: 
"Fui eu ?"

Deus sabe,

porque o escreveu.

Fernando Pessoa

Força, fé, saúde, coragem e Deus.
 Obrigada pela sua gentil visita e comentário.
                                              

7 comentários :

Cidália Ferreira disse...

Muito bonito. Parabéns pela escolha!

Beijos e um dia feliz!

Larissa Santos disse...

Simplesmente belo:))
HOJE, DO NOSSO GIL ANTÓNIO :- flor nascida em fenda de rochedo .

Bjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira

INTEGRAL DE MIM E DE MEU TEMPO ! disse...

Belo poema e ótimo jogo de palavras!!

CHARO disse...

Paso a dejarte mi huella.Besicos

Maria Rodrigues disse...

Uma escolha perfeita, este poema é sublime.
Minha amiga, espero que tudo esteja bem consigo.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco

Graça Pires disse...

Boa escolha.
Uma boa semana.
Um beijo.

Milton Kennedy disse...

Belo texto!
Cordial abraço

 
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