Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo:
"Fui eu ?"
Deus sabe,
porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Força, fé, saúde, coragem e Deus.
Obrigada pela sua gentil visita e comentário.
Muito bonito. Parabéns pela escolha!
ResponderExcluirBeijos e um dia feliz!
Simplesmente belo:))
ResponderExcluirHOJE, DO NOSSO GIL ANTÓNIO :- flor nascida em fenda de rochedo .
Bjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira
Belo poema e ótimo jogo de palavras!!
ResponderExcluirPaso a dejarte mi huella.Besicos
ResponderExcluirUma escolha perfeita, este poema é sublime.
ResponderExcluirMinha amiga, espero que tudo esteja bem consigo.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Boa escolha.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Belo texto!
ResponderExcluirCordial abraço