Não sei quantas almas tenho. 
Cada momento mudei. 
Continuamente me estranho. 
Nunca me vi nem achei. 
De tanto ser, só tenho alma. 
Quem tem alma não tem calma. 
Quem vê é só o que vê, 
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo, 
Torno-me eles e não eu. 
Cada meu sonho ou desejo 
É do que nasce e não meu. 
Sou minha própria paisagem; 
Assisto à minha passagem, 
Diverso, móbil e só, 
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo 
Como páginas, meu ser. 
O que segue não prevendo, 
O que passou a esquecer. 
Noto à margem do que li 
O que julguei que senti.
Releio e digo: 
"Fui eu ?"
Deus sabe,
porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Força, fé, saúde, coragem e Deus.
 Obrigada pela sua gentil visita e comentário.
                                              
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 comentários :
Muito bonito. Parabéns pela escolha!
Beijos e um dia feliz!
Simplesmente belo:))
HOJE, DO NOSSO GIL ANTÓNIO :- flor nascida em fenda de rochedo .
Bjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira
Belo poema e ótimo jogo de palavras!!
Paso a dejarte mi huella.Besicos
Uma escolha perfeita, este poema é sublime.
Minha amiga, espero que tudo esteja bem consigo.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Boa escolha.
Uma boa semana.
Um beijo.
Belo texto!
Cordial abraço
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