A GRANDE VIAGEM

 Não vou fechar as janelas,
se quer bater a porta atrás de mim.
Desta vez, quando eu retornar a estrada,
sei que vou retomar o caminho do meu próprio infinito.
Olho as luzes da manhã
que nascem gloriosamente sobre as montanhas.
Observo a copa luminosa das árvores,
onde os pássaros estridentes encantam o amanhecer.
Guardarei o azul do céu dentro de mim,
assim como o canto da passarada,
a fragrância das flores orvalhadas,
a extensão imensurável desta caminhada,
ouvindo meus passos que, certamente, vão deixando pegadas...
Não levo bagagem alguma, exceto tudo que fiz,
o que expressei, o amor que senti,
os sorrisos  que plantei,
 as lágrimas que provoquei e aquelas que também chorei,
emoções que vivi.
Imagino os frutos  que ainda brotarão,
as novas canções que surgirão em cálidas noites estreladas,
alegrias inesperadas, sonhos que,
ressurgindo das sombras,
novamente deslumbrarão o amanhã...
O horizonte aberto à minha frente empresta-me asas luminosas,
leva-me além do tempo,
consola-me com alento de que tudo permanece no invisível,
de que a vida se desfez do que era impossível
para ser eterna desde sempre.

Fátima Guerra.
 http://fatimaguerra-melliss.blogspot.com/
OBRIGADA PELO CARINHO..
AMIGA E POETISA..
FATIMA GUERRA.
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